sábado, 2 de julho de 2016

ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO AET

 Entendendo sua necessidade!

Caro(a) leitor(a):

Vou abordar a análise ergonômica do trabalho (AET) que é um documento de emissão obrigatória a todas as empresas segundo o item 17.1.2 da NR-17.
Segundo o “manual de aplicação da NR17” há basicamente dois tipos de análises ergonômicas: uma de simples avaliação a qual não demandam a opinião de ergonomista e outra de complexa avaliação que demandam a presença deste especialista.
Em minha opinião, a primeira análise é mais generalista e seu documento gerado está mais para um simples estudo. Já a segunda análise é mais específica e seu documento gerado está para um laudo.
Voltando no manual citado, ele define que as análises ergonômicas obrigatórias são as dos segundo tipo e contextualiza o tipo de demanda que remete a sua obrigatoriedade.
Com isso, vêm as seguintes perguntas: eu preciso entender a demanda para realizar uma análise ergonômica? Como entendê-las? Poderei ter situações que demandam mais de uma análise ergonômica? E a primeira análise não é importante? E como posso fazê-la?
Vamos sanar estas questões ao longo do artigo.
A seguir seguem quatro tipos de demandas que requerem a AET (as três primeiras vêm do manual já citado e a quarta é um ponto de vista pessoal) são elas:
A constatação de que em determinado setor há um número elevado de doenças ou acidentes (demanda de saúde) ou reclamações de sindicato de trabalhadores (demanda social) 
A partir de uma notificação de auditores-fiscais do trabalho ou de ações civis públicas (demandas legais) que, por sua vez, também se originaram de alguma queixa ou reclamação.
Da parte das empresas, uma demanda quase sempre advém da necessidade de melhorar a qualidade de um produto ou serviço prestado ou motivado por maiores ganhos de produtividade.
Da simples avaliação ergonômica (demanda prevencionista), ou seja, da constatação de situações complexas e específicas que necessitam da análise de um especialista. Este item é prevencionista e sua elaboração nasce de uma pré-análise do primeiro e terceiro itens. 
A partir da análise destas demandas saberemos quantas AETs serão necessárias para resolver os problemas da empresa.
Pensando na primeira análise o manual cita que ela poderá ser realizada através de questionários de opinião dos trabalhadores e grades de observação das posturas, e pesquisando encontrei referências das seguintes ferramentas que correspondem a estas situações:
Os check-lists de Hudson e Couto [1996 com versão 2014], disponibilizados para download no site da ERGOLTDA. 
Strain Index “SI” de Moore & Garb [1995],
Protocolo de Sue Rogders [1992], 
Ergonomic Workplace Analisys “EWA”de Ahonen [1989], 
Ovako Working Posture Analisyng System “OWAS” de Ovako Oy [1977], 
Rapid Upper Limb Assessment “RULA” de McAtmney & Corlett [1993], 
Rapid Entire Body Assessment “REBA” de Hignett & McAtmney [2000], 
Equação para levantamento manual de cargas “Nioshi” de Waters [1981];
Pontos de verificação ergonômica de MTE&FUNDACENTRO [2001].
A metodologia da análise ergonômica, segundo o manual citado, propõe um modelo que deverá conter no mínimo:
1. A análise da demanda e do contexto;
2. A análise global da empresa;
3. A análise da população de trabalhadores;
4. Definição das situações de trabalho a serem estudadas;
5. A descrição das tarefas prescritas, das tarefas reais e das atividades desenvolvidas para executá-las;
6. Estabelecimento de um pré-diagnóstico;
7. Observação sistemática da atividade;
8. O Diagnóstico local ou global;
9. A validação do diagnóstico;
10. O Projeto de modificações ou alterações;
11. O cronograma de implementação das modificações ou alterações;
12. O acompanhamento das modificações ou alterações;
Enfim, na análise simplificadas as ferramentas a serem aplicadas podem contribuir nos passos 3, 4, 5 e 6 desta metodologia resultando em um pré-diagnóstico que poderá ser aprofundado e ter um diagnóstico mais claro e definitivo quando realizado através de uma análise especializada com auxílio dessas e de outras ferramentas, incluindo softwares de análise ergonômica. 
É importante lembrar que independente do método de análise adotado segundo a NR-17 em seus itens 17.1.1 e 17.1.2 eles devem abordar no mínimo as condições de trabalho que incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora - NR 17, de 08 de junho de 1978. Ergonomia. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 06/07/1978, versão com atualização até 26/06/2007, disponível em http://www.mte.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR17.pdf, acessado em 27/10/2015.
MTE-SIT. Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora nº 17. Ministério do Trabalho e Emprego – Secretaria de inspeção do trabalho, 2ª edição, Brasília, DF, MTE, SIT, 2002.
SHIDA&BENTO, Georgia J.&Paulo E. G. Métodos e ferramentas ergonômicas que auxiliam na análise de situações de trabalho. Artigo, UFSCAR, apresentado no VIII Congresso Nacional de Excelência em Gestão em junho de 2012.
TRZASKOS&MICHALOSKI, Jaciara D. & Ariel O. Uma revisão dos métodos de avaliação ergonômica e suas aplicações. Artigo da Universidade Estadual do Paraná UFPR apresentado no V Congresso Brasileiro de Engenharia de Produção ConBRepo, Ponta Grossa, PR, 2015.
MTE&FUNDACENTRO. Pontos de verificação ergonômica: soluções práticas e de fácil aplicação para melhorar a segurança do trabalho. Preparado pela ILO (International Labour Office) em colaboração com a International Ergonomics Association, publicado pela OIT (organização internacional do trabalho) em 1996 e traduzido pela FUNDACENTRO em 2001, São Paulo, SP.
UNIVERSIDADE DO MILHO-ESCOLA DE ENGENHARIA. Análise ergonômica dos postos de trabalho. Tradução do guia do Finish Institute of Ocuppational Health (conhecido como EWA de 1989) por L. Gomes da Costa em 2004.
LIGEIRO, Joellen. Ferramentas de avaliação ergonômica em atividades multifuncionais: a contribuição da ergonomia para o design de ambientes de trabalho. TCC, UNESP, Bauru, SP, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10152:1987 Versão corrigida para 1992 – Níveis de ruído para conforto acústico - Procedimento. Rio de Janeiro, ABNT, 1992.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5413:1992 Versão corrigida 1992: Cancelada – Iluminação de Interiores. Rio de Janeiro, ABNT, 1992, 13p.
Sites:
o http://www.ergoltda.com.br/checklist/index.html, acessado em 30/06/2016.
o http://docplayer.com.br/10657041-Metodos-e-ferramentas-ergonomicas-que-auxiliam-na-analise-de-situacoes-de-trabalho.html), acessado em 30/06/2016.
o https://prezi.com/w9mx_0-tkxk-/ferramentas-de-avaliacao-de-ergonomia/, acessado em 30/06/2016.

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